quinta-feira, 26 de julho de 2007

Rendez-vous à Amsterdam

Em meio à parte chata desta fase final de preparativos para a viagem, em que estou tendo que providenciar várias coisas que nem sempre dão certo, uma notícia animadora: o Pascal confirmou que estará em Amsterdã para me receber. Ele me avisou que não vai poder ser meu guia turístico, porque vai precisar trabalhar, mas que terá o fim de semana e algumas noites livres. Bom, eu nem esperava que ele ficasse me ciceroneando o tempo todo mesmo. Aliás, acho até melhor assim.

Depois dessa boa notícia, a Lena, outra tradutora francesa, que conheci no mesmo projeto onde estava o Pascal (Nova York, 2001) e que reencontrei em Paris em 2003, escreveu dizendo que também vai passar alguns dias em Amsterdã para encontrar conosco. Eu tinha escrito para ela dizendo que iria visitar o Pascal e ela articulou tudo nos bastidores. Que legal. Acho que a Holanda terá um forte sotaque francês para mim.

Nesse meio-tempo, a Lou também escreveu um comentário no meu relato anterior, dizendo pra eu não deixar de ir não, que Amsterdã é muito legal, e deu até algumas dicas de coisas para ver lá.

Então, Holanda, j'arrive !

quarta-feira, 25 de julho de 2007

O pé da Lou

A fratura no pé da Lou foi mais grave do que se poderia imaginar, considerando que ela só caiu de uma árvore. Quem quiser saber mais detalhes sobre o incidente pode clicar aqui. Se quiser ver uma foto (asquerosa) do pé dela todo grampeado, pode dar uma olhada nisto aqui também.

O que importa é que ela me escreveu esta semana para dizer que não vai poder colocar o pé no chão por mais um mês. Com isso, fica difícil comprar comida, cozinhar, ir ao banheiro, etc, ainda mais numa república. Então, ela decidiu ficar na casa dos pais, na Alemanha, por mais um tempo. Dessa maneira, ela não vai mais estar na Holanda nas datas em que eu pretendia visitá-la. Cheguei a pensar em mudar a minha passagem e ir mais pro final do mês, mas acho que ela teria muitas coisas para resolver depois de se recuperar. Depois fui ver as condições da passagem da Transavia e, para alterar a ida e a volta, custaria quase a mesma coisa que o preço que eu já paguei, porque agora as passagens já ficaram mais caras do que quando eu comprei.

Aí veio a dúvida se valeria a pena ir mesmo para a Holanda ou me concentrar na Escandinávia, que era o plano original. Afinal, o Pascal, que mora em Amsterdã, tinha me dito que não tinha certeza se estaria lá para me receber. De qualquer forma, disse que deixaria as chaves para mim. Mas a minha idéia não era ficar sozinho lá dez dias fazendo turismo.

O próximo passo seria escrever para o Pascal.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Visto para o Japão (possibilidades)

Depois de sair do consulado japonês, fiquei questionando as minhas escolhas profissionais e a minha situação financeira. Será que estou fazendo alguma coisa errada; será que eu deveria ter mais dinheiro; será que deveria arrumar um emprego? Fiquei me sentindo a escória da humanidade, quase como quando fui impedido de entrar no Canadá.

Depois de algum tempo, esse sentimento se transformou em revolta contra um sistema que julga as pessoas exclusivamente pelo que elas têm. Se eu fui considerado "pobre", ou dizendo de maneira mais bonita, se a minha condição financeira foi considerada incompatível com uma viagem ao Japão, imagine que chance terá a grande maioria da população.

Depois da revolta contra o sistema, veio a revolta contra o Japão em particular. Nessa fase, comecei a pensar que não queria mais ir para um país que não quisesse me receber. Afinal, o que o Japão tem de tão melhor do que a Coréia, por exemplo, que nem visto exige? Por que não aproveitar essa "deixa" para conhecer a Tailândia ou algum dos países que o Gabriel pretende visitar (Laos, Camboja, Vietnã)?

Mas a irritação durou alguns dias, principalmente quando eu lembrava que tinha planejado a viagem durante vários anos e, agora, provavelmente teria de tirar do roteiro o Japão (e provavelmente a Austrália, que faz exigências muito semelhantes).

Esta semana retomei um certo otimismo. O meu pedido de visto para a Austrália está sendo analisado e, se der certo, só vai ficar faltando resolver o problema do Japão. Pensando pelo lado positivo, foi até melhor que o meu visto tenha sido pré-recusado. Se eu tivesse recebido a negativa depois de ter formalizado o pedido de visto, isso ficaria registrado no meu histórico e seria muito mais difícil conseguir outro visto no futuro. Da forma como foi, sei exatamente o que ficou faltando e o que eu preciso fazer para melhorar as minhas chances.

O meu plano agora é o seguinte. Vou tentar o visto no consulado japonês de Mumbai assim que eu chegar na Índia. Se eles não aceitarem nem que eu entre com o pedido, por não ser residente na Índia, envio o meu passaporte para os meus pais pelo correio e dou entrada no consulado de São Paulo, como se eu estivesse aqui, já que eles aceitam que algum membro da família dê entrada pelo requerente. Só que antes disso eu tenho que imprimir alguns contratos de trabalho e conseguir "mais comprovantes de renda".

Visto para o Japão (improvável)

Dos países que eu pesquisei, o Japão é o que faz mais exigências para conceder o visto de turismo. Exigem todo tipo de comprovação de renda e pedem o roteiro detalhado da viagem, com nome e telefone de cada hotel. Quando se visita um amigo ou parente, essa pessoa deve fornecer também seus comprovantes de renda, comprovantes de endereço, carta-convite e carta de garantia. Como a minha (comprovação de) renda não é lá essas coisas, pedi para o Takaaki me fornecer esses documentos. Fiquei super constrangido em pedir tudo isso, mas achei que resolveria o problema. Ele mandou tudo na maior boa vontade.

Taxa (visto de turismo): R$ 57
Prazo para concessão: 5 dias úteis.
Validade do visto: 3 meses a partir da data de emissão

Aqui surgiu um problema parecido com o da China, pois o prazo de validade do visto não seria suficiente para eu chegar no Japão. Ligando para o consulado, perguntei se eu poderia tirar em outro país e a atendente me disse que não, porque eles não teriam como analisar os meus comprovantes de renda. A única saída seria alterar o roteiro da viagem, o que para mim já estava totalmente fora de cogitação àquela altura.

Fiquei pensando no que fazer e decidi tirar o visto no Brasil assim mesmo e depois pedir uma prorrogação quando chegasse na Índia. No meu raciocínio, o primeiro visto seria uma espécie de comprovação para o consulado do Japão na Índia de que a minha renda já tinha sido analisada e aprovada no Brasil.

Então, na segunda-feira passada fui ao consulado do Japão em São Paulo, munido de toda a documentação minha e do Takaaki. O atendente começou a analisar os papéis. Parecia tudo bem, mas ele ia e voltava nos meus extratos, como se estivesse faltando alguma coisa... Aí ele chegou na folha com a reserva dos vôos e fez um "ih". Então ele disse a mesma coisa que a moça tinha dito pelo telefone, que ainda era muito cedo para tirar o visto, porque a validade era só de três meses. Expliquei que eu sairia do Brasil dentro de duas semanas e perguntei se não era possível dar um visto que começasse a valer depois de alguns meses ou, excepcionalmente, dar um visto mais longo, ou ainda, se eu não poderia tirar o visto em outro país ao longo do caminho. Nananinaná. Aí eu perguntei se eu não poderia tirar o visto mesmo assim para facilitar um pedido de prorrogação daqui a alguns meses em outro país. Ele disse que não só não facilitaria como poderia dificultar bastante. Não entendi muito bem o porquê, mas acho que a idéia é mais ou menos assim: o Japão não vai dar a honra de visitar aquele maravilhoso país duas vezes no mesmo ano para a mesma pessoa. Ele pensou, pensou, olhou de novo aqueles papéis do começo e disse que ia falar com o superior dele para ver o que poderia ser feito.

Esperei muito tempo, cerca de vinte minutos, a ponto de me cansar de ficar em pé junto do balcão. Achei que era um bom sinal, afinal estavam realmente analisando a minha situação. Finalmente ele voltou, mas não consegui antever o resultado no seu semblante nipônico. Começou a me explicar calmamente que havia conversado com o cônsul em pessoa e que havia várias coisas que precisariam ser alteradas na minha solicitação para que eu conseguisse o visto:

1.º) A data da viagem. Eu deveria antecipar a minha chegada ao Japão para uma data dentro dos três meses de validade do visto ou retardar o início da viagem e voltar ao consulado dali a uns dois meses. Não há qualquer possibilidade de alteração nos prazos de validade do visto.

2.º) Comprovação de que eu trabalhei para a IBM (de preferência nos projetos em que o Takaaki estava, pois apenas a carta dele dizendo isso não bastava) ou em alguma outra empresa que não a minha. A minha carteira de trabalho totalmente vazia, apenas com um estágio na Siemens em 1994, também não ajudou muito.

3.º) Mais comprovantes de renda (na verdade, um eufemismo para dizer "comprovação de mais renda"). É verdade que eu me esqueci de imprimir duas aplicações, mas acho que uma dezena de milhar de reais a mais não iria mudar muito a situação. Por outro lado, seria muito fácil "fabricar" um extrato polpudo, editando o html antes de imprimir, mas eu não faria isso.

Ou seja, de maneira muito gentil, ele me disse que eu não poderia tirar o visto naquele dia porque a minha chegada no Japão ainda estava muito longe, mas, mesmo que não estivesse, provavelmente meu pedido seria negado por falta de recursos para fazer uma viagem de tal envergadura e por falta de lastro aqui no Brasil, algo que mostre que eu tenho motivos para querer voltar.

Para terminar, eu perguntei se seria útil trazer a escritura do meu apartamento, documento do carro ou até os extratos de outra pessoa da família, por exemplo, o meu pai. Ele hesitou um pouco antes de responder e disse: "Olha, nós não costumamos aceitar, mas na sua situação, qualquer coisa pode ajudar..."

Com esse "na sua situação" fui embora e fiquei triste e pensativo o resto do dia.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Acidentes aéreos

Eu tinha planejado que o próximo comentário seria sobre a minha dificuldade em conseguir o visto do Japão, mas considerando-se o acidente com o vôo JJ 3054 da TAM em Congonhas hoje, eu não conseguiria escrever sobre um assunto tão pequeno.

Claro que já tinha passado pela minha cabeça certa preocupação com os 19 pousos e decolagens previstos para a minha viagem, mas hoje senti o perigo de perto. Passei pelo local atingido hoje de manhã, algo que acontece apenas uma ou duas vezes por ano. O meu irmão, se não tivesse ido cortar o cabelo, talvez estivesse passando por ali no horário do acidente ao voltar para casa. Ultimamente tenho tido a estranha sensação de estar em uma zona de guerra, como se as bombas fossem explodindo à minha volta enquanto eu vou andando. Parece que a qualquer momento pode cair uma na minha cabeça ou explodir outra embaixo dos meus pés.

Ao que tudo indica, o acidente de hoje foi provocado pelas precárias condições da pista de pouso de Congonhas, reformada e reaberta recentemente sem os devidos sulcos para escoamento da água. Afinal, depois de tocar o solo, o avião precisa usar pneus e freios para parar, como um carro. Com a chuva de hoje, a pista estava encharcada e o avião aquaplanou (os pneus derraparam). O piloto viu que não ia conseguir parar antes do final da pista, tentou arremeter, mas a velocidade era baixa e só foi suficiente para o avião cruzar a Av. Washington Luís e despencar em cima de um prédio da própria TAM. Até agora, já são nove horas de incêndio e não há chances de sobreviventes. Pelo menos 170 pessoas carbonizadas dentro da aeronave. O novo maior acidente da aviação brasileira. Fatalidade ou conseqüência inevitável de tanta incompetência e irresponsabilidade?

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Visto para o Canadá (sendo providenciado)

Aqui começou a chatice. Só preciso de um visto de trânsito, porque tenho que fazer uma escala em Vancouver, quando estiver indo da Austrália para a Venezuela. Mesmo assim, a quantidade de documentos exigidos é grande, especialmente no que se refere à comprovação de renda. Além de todos os extratos bancários (contas correntes e investimentos) e declaração completa de imposto de renda, no meu caso de "microempresário", ainda preciso levar o contrato social da empresa e os comprovantes de pagamento dos três últimos pró-labores. Além disso, eles recomendam que se faça o pedido do visto via despachante, devido à fila de espera.

O único número de telefone disponível para contato não atende (ou melhor, atende num sistema automático, que nunca leva a uma pessoa), mesmo quando se liga no horário determinado. Por outro lado, o site deles (www.canadainternational.gc.ca/brazil) é bastante informativo e consegui ser prontamente atendido via email.

Eles não recebem pedidos de visto pelo correio, mas aceitam que qualquer portador dê entrada no consulado. Consegui agendar a minha "presença", como eles dizem, para o dia 25/7, e o meu irmão vai levar e buscar a papelada para mim, já que o consulado fica perto do trabalho dele.

Taxa (visto de trânsito): zero
Prazo para concessão: 2 dias úteis
Validade do visto: 48 horas, a partir da entrada no Canadá

Não ficou claro para mim se permite sair do aeroporto nesse período, ou apenas aguardar a conexão. Tenho cinco horas de espera entre um vôo e outro e poderia aproveitar para dar uma olhada na cidade.

Visto para Cuba (deixei pra depois)

Não cheguei a pesquisar muito sobre o visto cubano, até porque nem tenho certeza se vou mesmo para lá. Mas um despachante me informou que é possível obter o visto em outro país, ou até mesmo depois de pousar na ilha.

Essa é a vantagem de se visitar um país que não é muito procurado por imigrantes ilegais e que dá grande valor ao dinheiro injetado pelos turistas estrangeiros. Provavelmente, se eu tivesse telefonado para o consulado, eles teriam sido simpáticos também, como no da Índia.

Se der, vou dar uma passada no consulado de São Paulo na segunda-feira para pegar material informativo e avaliar as possibilidades de transporte da Venezuela para a ilha.

Dei apenas uma olhada rápida no site da embaixada e do consulado, cujo endereço deixo aqui a título de informação: http://embacu.cubaminrex.cu

Visto para a China (deixei pra depois)

O site da embaixada da China (www.embchina.org.br/por/lqfw/default.htm) é meio tosco e não fornece todas as informações necessárias. Demorei alguns dias até conseguir ser atendido no único número de telefone disponível.

Taxa: ?
Prazo para concessão: 5 a 7 dias úteis.
Validade do visto: 90 dias a partir da data de emissão

Aqui surgiu o primeiro problema. Se o visto tem validade de 90 dias a partir da data de emissão, eu não poderia tirá-lo no Brasil, porque até eu chegar na China (1.º de novembro) ele já estaria vencido. Felizmente a atendente do consulado me disse que posso tirar o visto em outro país, durante a viagem. Por isso acabei nem perguntando qual seria a taxa cobrada aqui.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Visto para a Índia (OK)

O consulado da Índia foi o primeiro que pesquisei e o mais atencioso. Talvez a única exceção ao comentário que fiz no relato anterior (abaixo). O site deles (www.indiaconsulate.org.br) tem todas as informações necessárias para a obtenção do visto e fornece alguns números para atendimento telefônico, em caso de dúvida. E o melhor: me atenderam na hora nas três vezes que liguei! Aceitam pedidos de visto pelo correio e, se a pessoa quiser, enviam o passaporte de volta também pelo correio, mediante o pagamento de uma taxa adicional. Caso não seja possível comparecer pessoalmente nem se queira receber o passaporte pelo correio, qualquer pessoa pode retirar o visto pelo requerente. Para completar, ainda convidam para uma visita ao consulado:

Aqueles que forem para a Índia a turismo, podem pedir material turístico na recepção do consulado. Vídeos e livros sobre a Índia podem ser vistos na biblioteca. Você também pode pegar até três volumes emprestados de nosso acervo. Aproveite!

Taxa (visto de turismo): R$ 145
Prazo para concessão: 3 dias úteis.
Validade do visto: 6 meses a partir da data de emissão

Hoje a minha tia Célia foi buscar o visto para mim e já está tudo certo. Ela também se impressionou com a gentileza do atendimento.

Vistos - A saga

Passei alguns dias de angústia e irritação pesquisando a questão dos vistos e providenciando os documentos necessários. Embora eu tenha recebido tratamentos diferentes nos diversos consulados, posso dizer que a minha sensação foi quase sempre a mesma: quem precisa de um visto é persona non grata. O tratamento é o oposto ao que recebemos em uma loja, por exemplo, quando entramos para comprar alguma coisa. Partem do princípio de que pretendemos emigrar para o outro país. Bom, pensando bem, motivos até que não faltam... Não é o meu caso, mas talvez eles tenham razão.

Enfim, eu ia contar tudo num relato só, mas começou a ficar muito comprido e decidi dividir por país.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Faltam 3 semanas!

O início da viagem está chegando. Os próximos dias passarão voando e ainda tenho muitas coisas para resolver antes de sair.

sábado, 7 de julho de 2007

A Lou quebrou o pé

Nesta semana recebi a triste informação de que a Lou, a minha primeira anfitriã na Holanda, quebrou o pé ao cair de uma árvore e precisaria ser operada. A cirurgia estava prevista para quinta-feira, mas ainda não consegui saber como ela está. Parece que a Lou estava na casa da mãe, na Alemanha, quando o incidente aconteceu. Quem me escreveu foi a mãe dela, através do email da própria Lou.

Produtos vendidos

Como vocês verão abaixo, a maioria dos produtos que estavam à venda já foram vendidos. Agora me empolguei e acho que vou vender mais algumas coisas...