segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Expedição a Agra

O ponto turístico máximo da Índia talvez seja o Taj Mahal, que fica em uma cidade chamada Agra, cerca de 200 km ao sul de Delhi. O meu plano inicial era passar dois dias e uma noite lá, mas depois de ter lido no guia sobre algumas dificuldades para turistas em Agra, decidi pegar uma excursão de apenas um dia a partir de Delhi.

A escolha da excursão já foi difícil. Eu queria encontrar a agência de turismo oficial do governo (I.T.D.C.), para evitar problemas, mas no endereço indicado no guia e no material turístico que peguei no aeroporto (Connaught Circus, bloco L) não havia nada. Um cara me abordou e perguntou o que eu estava procurando. Eu disse que eu não estava procurando nada, mas ele disse: "se for a I.T.D.C., eles mudaram para aquela loja ali", e apontou um local que indicava o nome que eu estava procurando e entre parênteses: (acabamos de mudar de Connaught Circus, bloco L). Putz, e agora? Fiz que tudo bem, valeu, e fui em direção ao escritório. Entrando, logo na primeira mesa tinha um cara loiro, com problema visual e mental, lia um jornal a dois dedos de distância dos olhos. Falei com ele, mas ele apenas moveu a cabeça para trás, quando vi que tinha outro cara, com pinta de indiano.
- Pois não?
- Estou interessado em fazer o passeio para Agra amanhã, vocês têm?
- Sim, claro. Olha, temos duas opções: o do governo custa Rs 950, mas ainda não tem ninguém, então pode ser que seja cancelado. Temos também um outro, particular, que já tem bastante gente. Custa Rs 650, mas não tem café da manhã. Onde você está hospedado?
- International Youth Hostel
Ele faz um telefonema rápido e volta a falar comigo:
- Eles podem pegar você lá às 7h30. Se for o do governo, você tem que vir até aqui às 6h.
Putz, quanta informação. O do governo é mais caro, eu tenho que acordar muito mais cedo e arrumar um jeito de vir até aqui. A única vantagem é que não preciso me preocupar em tomar café da manhã antes de sair. Hmmm. O outro é mais barato e me pega mais tarde...
- Os locais visitados são os mesmos?
- Sim.
- A duração também?
- Sim.
Mais um momento pensando: esse cara tá querendo me empurrar essa excursão particular, deve ter algum rolo aí. Mas por que ele empurraria a mais barata? Olhei ao redor, tinha alguns cartazes com jeito de coisa oficial. O que fazer?
- Tudo bem, vou pegar essa particular. Mas então é certeza que eles me pegam no albergue amanhã cedo? Inclui o Taj Mahal, Forte de Agra, Tumba de Akbar?
Paguei em dinheiro e saí aliviado, após ter conseguido cumprir a minha principal missão do dia. Mas o alívio durou pouco, até eu ver logo ao lado um outro I.T.D.C. Da calçada do lado oposto da rua, eu conseguia ver as duas fachadas ao mesmo tempo e comparava o que estava escrito em uma e na outra. Era tão difícil encontrar alguma diferença como em um jogo dos sete erros.
Aí comecei a pensar: caí em outra cilada, amanhã não vai aparecer ônibus nenhum e não vou ver mais a cor do meu dinheiro. No recibo estava escrito Ashok Tours, não I.T.D.C. Estava escrito "um assento com A/C para Agra"; não dizia Taj Mahal, não dizia sobre o guia (pessoa). Putz, aquele cara loiro logo na entrada era só pra parecer estrangeiro e dar credibilidade ao local.

Na manhã seguinte consegui tomar café no albergue antes de sair e às 7h35 apareceu o tal do ônibus. Ao entrar, só vi indianos e o auxiliar do motorista me mandou para o assento lá do fundo. Quando sentei, vi que tinha uma garota deitada na outra metade, com jeito de estrangeira e cara de poucos amigos. Pensei: o cara me colocou aqui porque acha que os estrangeiros gostam de ficar perto de outros estrangeiros. Mas não fui com a cara dessa menina e este banco tá muito ruim. Levantei e fui sentar numa poltrona normal, na terceira fileira. Quando o cara viu, veio reclamar e me mandou de volta para o fundo. Eu disse que na última fileira não sentaria. Ele disse que aquele assento tava reservado (ou algo parecido). Eu repeti que na última fileira não sentaria. Então ele tentou mandar outro cara para o fundo, mas ele também não quis. Então ele disse: tá bom, pode ficar.

Na primeira parada conheci uma garota estrangeira que estava no meu ônibus e que eu não tinha visto antes. Se chamava Katie e era uma estadunidense de Minnesota (cuja capital, descobri, é Saint Paul).

A nossa primeira parada turística foi o Forte de Agra, que é ainda mais bonito e maior do que o Forte Vermelho de Delhi, pois Agra foi a antiga capital do império mugal (mogul). Além do forte em si, de lá é possível avistar o Taj Mahal. Entre descer do ônibus, comprar os ingressos e ouvir algumas explicações do guia, a uma hora prevista para a visita se transformou em apenas 40 minutos, insuficiente para ver tudo.

A segunda parada foi uma loja, o que me irritou muito, porque poderíamos ter usado esse tempo para ficar mais no forte. A terceira parada foi para almoço.

Finalmente, chegamos no Taj Mahal, quer dizer, na via que leva à entrada do complexo onde está o Taj Mahal. O tempo que nos foi concedido foi de uma hora e meia. Achei razoável, até ver o tamanho da fila. Preço para indianos: 20 rupias. Preço para estrangeiros: 750 rupias. Ou seja, pagamos 37,5 vezes o preço pago pelos indianos e estamos sujeitos à mesma fila. Ridículo. Em Delhi pagamos mais para entrar no Forte Vermelho, mas pelo menos temos uma fila separada.

Aliás, essa fila foi uma história à parte. Vários malandros cobrando pra me colocar pra dentro, vários outros imbecis furando a fila. Não paguei pros malandros por três motivos: primeiro, porque é totalmente contra os meus princípios alimentar esse tipo de atividade; segundo, porque eu já tinha gasto dinheiro demais e não queria pagar um centavo sequer a mais (esse argumento pode ser rebatido com a pergunta: se você já gastou tanto tempo e dinheiro até aqui, o que custa pagar mais uma merreca pra poder ficar meia hora a mais no Taj Mahal?); terceiro, porque eu não tinha certeza se os caras têm mesmo o poder de colocar alguém pra dentro na frente dos outros, então eu corria o risco de jogar mais dinheiro fora e ainda ter que voltar pro final da fila para aprender a deixar de ser burro.

Resultado: depois de ter sido empurrado durante 30 minutos na fila, só tive 45 minutos para ver tudo e voltar pro ônibus, ou seja, viajei até aqui para ficar 35 minutos no Taj Mahal! E ainda vi tudo correndo, literalmente, para conseguir ver todos os ângulos, tirar fotos, entrar no prédio principal e conseguir chegar a tempo no ônibus, que já estava quase indo embora sem mim. O Taj é bonito mesmo, mas todo o transtorno roubou grande parte da beleza do lugar. Aliás, o Taj é exatamente o que eu esperava, nem mais, nem menos.

Depois do Taj Mahal, o último ponto previsto no roteiro era a tumba de Akbar, o maior dos imperadores mugais, que fica em Sikandra, a apenas 4 km de Agra. Pelo tempo de viagem, eu percebi que já devíamos ter passado e que provavelmente não iam nos levar até lá. Eu já estava tão de saco cheio que resolvi nem perguntar. Alguém decidiu que, em vez de visitar a tumba, nós preferíamos ver dois templos hindus. Não digo que não foi interessante, mas também foi muito corrido, já era noite, eu estava cansado, e nem sabia que lugares eram aqueles. O guia só falava híndi, tudo estava escrito só em híndi e de repente eu estava sentado no chão, com todos os meus colegas de ônibus, dentro de um templo, onde ratos passavam a alguns metros de nós, ouvindo um sujeito pedir dinheiro para gravar uma placa com o nome dos nossos pais, já que as pessoas iam àquele lugar justamente para pedir saúde para os pais. Eu pedi mentalmente, acho que os meus não fariam questão de uma placa com o nome deles ali naquele lugar.

Depois descobri que os lugares que visitamos ficavam perto de Mathura e um dos templos marca o lugar onde nasceu o deus Krishna. Interessante foi uma conversa que tive com um cara do ônibus que me explicou de maneira surpreendentemente racional por que a vaca é considerada sagrada na religião hindu. "Como o leite é um ingrediente importante da nossa alimentação, antigamente as pessoas tinham medo que, se começassem a matar vacas para comer a carne, acabaria o leite e as pessoas passariam fome. Então criaram toda essa mitologia em torno da vaca."

Fui deixado em frente ao meu albergue à 1h30 da manhã, mais de 18 horas depois de ter saído de lá.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A sociedade indiana

Pensei em escrever um relato com esse título, mas tudo o que eu dissesse aqui não passaria de uma impressão pessoal. E tem coisas que a gente pensa mas não deve dizer, muito menos escrever... Portanto, o meu julgamento pessoal sobre a Índia, somente em particular, para quem tiver curiosidade.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Jaisalmer - correndo de camelo

Para os que gostaram dos relatos sobre o deserto e querem saber mais sobre a sensação de andar de camelo...


Jaisalmer - fotos esparsas

Festa na rua (casamento?)Este era o "restaurante", na cobertura do meu hotel,
onde eu tomava café da manhã olhando para o forte.
Cerimônia religiosa às margens do lagoJantar com dois conhecidos israelenses
e o Meron, do Canadá, meu colega de hotel.
Morcegos no interior de um haveli semi-abandonado
(um daqueles que era maravilhoso por fora)
Conheci um turista indiano no último dia, que me explicou algumas coisas sobre os monumentos e me apresentou alguns pratos da comida rajastani no almoço.
Filmagem de um seriado da TV indiana
em um dos templos do lago Gadi Sagar.

Jaisalmer - safári de camelo

Um dos passeios praticamente obrigatórios em Jaisalmer é andar de camelo no deserto. Alguns hotéis oferecem hospedagem de graça, ou quase, na esperança de que o hóspede faça um passeio desses com eles. A duração pode variar de meio dia a algumas semanas. No meu caso, como eu tinha apenas dois dias para conhecer a cidade e também queria sentir a sensação de andar de camelo, optei por um safári do "pôr-do-sol", que saía às três da tarde e voltava às nove da noite. Tomei cuidado para o cara do meu hotel não descobrir que eu tinha feito com uma operadora mais confiável, recomendada pelo guia, pois dizem que alguns estabelecimentos chegam a expulsar os hóspedes quando isso acontece.

O primeiro trecho foi feito de jipe. Visitamos vilarejos cujas casas são feitas de lama, estrume e pedra.
Onde o tempo parece passar mais devagar.
Muitas crianças e cabras recém-nascidas.
Depois de algum tempo, resolvi ir na capota, porque o teto na parte de trás do jipe era muito baixo e eu não conseguia ver nada.
Finalmente, o momento mais esperado.
E lá vou eu...
Para um pouco mais de emoção, só com a ajuda do Babu,
nosso guia, que fazia o camelo correr.
Os meus companheiros de safári,
os alemães Gunther e Claudia.
Depois de quase uma hora de "camelada",
a imensidão do deserto de areia.
Pôr do sol. Faltou a Marina!
No acampamento, esperando o jantar ficar pronto.
Arroz, dahl e chapatti.
Por último, um pouco de música rajastani
antes de voltar para Jaisalmer.

Jaisalmer - cidade e forte

Um dos epítetos de Jaisalmer é "cidade dourada". Como se pode ver pelas fotos, nada mais justo. O sol refletido nas fachadas de arenito amarelo, esculpidas como bordados, realmente dá essa impressão. Tanto o forte como a cidade ao seu redor são habitados, o que torna o cenário mais pitoresco, por um lado, mas totalmente vulnerável, por outro. As casas mais lindas que vocês verão, chamadas havelis, foram construídas por ricos comerciantes, que fizeram fortuna com a Rota da Seda, que passava por aqui.

O forte visto do telhado do meu hotel,
durante o café da manhã.
Vendedoras de bijuteria na entrada do forte
Palácio dentro do forte.
Templo jainista dentro do forte.
A cidade vista do forte.
Patwa-ki-Haveli
Palácio Mandir com a Torre Tazia.
(detalhe)(detalhe)
Dentre as inúmeras provas de engenhosidade dos construtores daquela época, todas as pedras são encaixadas como Lego, por meio de um sistema macho/fêmea, e presas com grampos de ferro. As flores abaixo, do haveli Salim Singh, são parafusadas (rosca fêmea e macho na própria pedra).
Lago Gadi Sagar
Músico rajastani à beira do lago.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A Pitanga voltou pra casa!

Voltou só hoje, quarta-feira, depois de dez dias internada, mas voltou. Segundo o Ronaldo, está magrinha, mas já está comendo e bebendo água de novo. Tomara que ela se recupere logo e fique bem até eu voltar.

domingo, 21 de outubro de 2007

Rishikesh (com fotos)

Passei dois dias em Rishikesh, considerada por muitos a capital mundial da yoga. Fica situada no início da cordilheira do Himalaia, embora a altitude ali ainda não passe dos 400 m. É também uma cidade sagrada para os hindus, às margens do rio Ganges.

Como na maioria das cidades de peregrinação hindu, os restaurantes só vendem comida vegetariana e as vacas perambulam pelas ruas. Fiquei hospedado em um ashram, misto de templo, local de acolhimento de peregrinos e centro de meditação, chamado Parmarth Niketan.
Fiz diferentes cursos de yoga durante o dia
e assisti a um aarti (cerimônia de louvor) às margens do Ganges no final da tarde. À noite, participei de uma conversa com o guru do ashram.
Todos os cursos e eventos, assim como todas as refeições e a hospedagem são oferecidos de forma semi-gratuita, com base em um valor sugerido como doação.
A paisagem é muito bonita e, até onde isso é possível na Índia, o vilarejo é relativamente tranqüilo, quando comparado às cidades maiores.
Entretanto, nunca é possível escapar totalmente das buzinas e de todo tipo de assédio humano.
No Ashram conheci um estadunidense super gente boa, chamado Trevor. Logo no primeiro dia ele me explicou como as coisas funcionavam e fizemos várias coisas juntos. Até pegamos o mesmo trem para de volta para Delhi, com outra estadunidense, Janine, que nos deu carona no táxi até a estação de trem. Nossas conversas sobre hinduísmo, yoga, a Índia e outros assuntos foram uma das partes mais interessantes da minha visita a Rishikesh.

O outro lado da moeda
Ouvi rumores de que os ashrams contam com isenções fiscais e que as doações cobradas são um desvio da sua função original de dar abrigo a peregrinos pobres. Eu paguei menos do que o valor sugerido, porque não tive água quente no quarto e não gostei das condições de higiene, mas ninguém reclamou. Com certeza, ninguém vai ficar mais rico com o valor que eu paguei. A única coisa que me preocupa é se eu ocupei o lugar de um indiano pobre, que talvez não seja aceito por não poder pagar nada.
Outros rumores dizem que alguns gurus estão envolvidos com o tráfico de drogas local e estupros de turistas ocorridos algum tempo atrás.
Os próprios Beatles, que tornaram este local mundialmente famoso (aqui compuseram muitas canções do "álbum branco"), parece que foram embora decepcionados com algumas coisas, depois de dois meses.
Se eu voltar algum dia, talvez me hospede em um hotel, por via das dúvidas.

Leucemia felina

Ontem o veterinário me escreveu dizendo que os exames indicaram que a Pitanga está com leucemia felina. Ainda não sei exatamente o que isso significa, como é o tratamento, etc, portanto a minha preocupação continua.
Ela ainda não pode voltar pra casa, porque está fraca e não fez cocô nenhuma vez desde que chegou lá. Talvez ela volte na segunda-feira.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A Pitanga está doente

Essa coisa linda, fazendo arte aí na foto é a Pitanga, a minha filhinha mais nova. Esta semana fiquei sabendo que ela está doente desde o fim de semana e está internada desde domingo, tomando soro e fazendo exames. Nem preciso dizer como estou triste e preocupado. É horrível a sensação de estar longe, sem poder fazer nada para ajudar e sem conseguir muitas informações.

Perdi a vontade de escrever outras coisas no blog.

domingo, 14 de outubro de 2007

Delhi

Delhi são duas cidades em uma:

Nova Delhi, uma cidade planejada, sede da burocracia governamental;
e Delhi, mais parecida com a Índia que eu tenho visto até agora.
O meu albergue fica em Nova Delhi, mais precisamente no Enclave Diplomático. É uma região de avenidas largas e arborizadas e, sem entrar em detalhes, com calçadas. Hoje as ruas estavam vazias, por ser domingo e por ser um festival islâmico, marcando o fim do Ramadã. (Esse que aparece aí na foto atravessando a rua é um macaco.)
Mas o ponto central de Nova Delhi é a praça Connaught, de onde irradiam sete avenidas, compondo o desenho da cidade imperial projetada pelo urbanista Lutyens para os britânicos.Já o ponto alto de Delhi (velha) é o Forte Vermelho, construído pelos reis mugais.
É uma fortaleza com diversos palácios dentro, todos eles em maravilhoso estilo islâmico.

Velha Goa

Goa era uma cidade efervescente antes mesmo da chegada dos portugueses e assim permaneceu durante alguns séculos, até ser abandonada na metade do século XIX, quando a capital do território ultramarino foi transferida para Panjim.

No auge, teve cerca de 300.000 almas, todas elas muito bem servidas de igrejas. Diz-se que era chamada de Lisboa do Oriente e chegava a rivalizar com a capital do reino em esplendor. Havia tantas igrejas que há registros de religiosos que escreveram ao rei, reclamando da cacofonia produzida pelo repicar de tantos sinos ao mesmo tempo.

Hoje, a Velha Goa é um museu a céu aberto. Uma dezena de igrejas e capelas, ligadas por avenidas ou ruas, mas sem casas. A primeira que visitei foi a basílica do Bom Jesus.
Nela estão guardados os restos mortais de São Francisco Xavier, que se preservaram até hoje e podem ser vistos por um caixão de vidro. A Igreja reconheceu na conservação do seu corpo um milagre, já que testes de laboratório comprovaram que ele não passou por nenhum processo de mumificação.

Do outro lado da avenida principal, fica a Catedral da Sé.
Um dos pontos mais impressionantes são as ruinas do complexo de Santo Agostinho, que lembram as ruínas do Fórum Romano (sobretudo o convento anexo, que não aparece na foto).
Além dessas, há muitas outras igrejas lindas, algumas ricamente decoradas, outras despojadas da grandeza do passado.
Em várias placas, é possível ler o idioma dominante da época.

Goa - Plantação de especiarias

Na sexta-feira saí de casa com a intenção de visitar uma plantação de especiarias e, se desse tempo, a Velha Goa. A importância das especiarias foi tão grande na História do mundo ocidental, que eu não poderia perder essa oportunidade, uma vez estando na Índia. Todas aquelas rotas de navegação dos portugueses... até o "descobrimento" do Brasil está relacionado com elas.

Peguei dois ônibus em direção a Ponda, onde eu deveria tomar outra condução até a fazenda. Um pouco antes de chegar em Ponda, um senhor começou com aquela conversa de indiano, pra onde você quer ir, de onde você é, qual o seu nome. Fui lacônico no começo, mas ele só queria ajudar, deu todas as informações necessárias, me colocou dentro do ônibus certo e cheguei à fazenda pouco tempo depois. Chegando lá, paga-se uma entrada que inclui uma visita pela fazenda com guia e um almoço. Logo na recepção, chuva de pétalas, colar de flores e sorrisos de boas-vindas. Para esperar (cerca de 5 minutos), castanha de caju e chá de ervas, acompanhados de informações sobre algumas ervas em um material impresso fornecido por eles.
Meu tour pela fazenda foi feito com um casal de turistas alemães, super simpáticos. A guia mostrou todas as coisas que eu tinha curiosidade de conhecer, como canela, cravo, cardamomo, cominho, baunilha (2.ª especiaria mais cara do mundo), além de outras velhas conhecidas, como banana e café. Eles só não tinham açafrão (a especiaria mais cara do mundo), que só é cultivada em regiões com extremos de calor e frio, como a Cachemira e alguns países da Europa.

Perto do fim do passeio, vimos uma elefanta tomando banho.

Logo em seguida, recebemos uma conchada de água fria nas costas; segundo eles, um ritual necessário.

Almocei junto com os alemães, que depois me ofereceram carona de volta, já que estavam com um carro alugado. Visitamos uns templos que estavam no meu roteiro e depois me deixaram em Velha Goa.