quinta-feira, 27 de março de 2008

Sustentabilidade em Seul

Essa era a imagem que eu tinha na cabeça antes de conhecer Seul "pessoalmente". Eu a tinha visto estampada na capa da edição de dezembro de 2005 da revista Sustainable Transport (Transporte Sustentável), publicada pelo ITDP, Instituto de Políticas de Desenvolvimento e Transporte:
Segundo o artigo, onde hoje vemos essa linda paisagem, antes havia uma via elevada de 6 km de extensão, que foi demolida, junto com várias outras desde então, em nome da qualidade de vida e da melhora do espaço público. Essas e outras medidas, como a construção de dezenas de quilômetros de faixas centrais exclusivas para ônibus, renderam à cidade o Prêmio Transporte Sustentável 2005 do ITDP.

Para quem se interessar em ler toda a matéria, esse e outros números da revista (em inglês) estão disponíveis aqui.
Destaque para as seguintes edições:
  • Dezembro de 2005: Seul (artigo mencionado)
  • Novembro de 2006: diversos artigos sobre o Brasil (bicicletas, transporte rápido sobre pneus, revitalização do centro de São Paulo, etc)
  • Novembro de 2007: trólebus em São Paulo, vélib em Paris

terça-feira, 25 de março de 2008

Um dia em Seul

Conforme previsto, ao longo da minha viagem fiz quatro escalas em Seul:

Mumbai - Seul - Kuala Lumpur
Kuala Lumpur - Seul - Pequim
Pequim - Seul - Sydney
Sydney - Seul - ... - Caracas

Numa dessas paradas, entre Kuala Lumpur e Pequim, no dia 21/11, tive dez horas de espera entre os vôos e pude sair do aeroporto. Peguei um ônibus rumo à estação de metrô Anguk, na região central da cidade.
Fiquei surpreso por não haver trens ligando o aeroporto à cidade. Tempo de trajeto: ≈ 1 hora. Ao descer do ônibus, tive o primeiro contato com o frio e a neve do outono sul-coreano.

O meu destino era o Palácio Changdeokgung.
O palácio foi construído em 1405, durante a dinastia Joseon, e destruído durante a invasão japonesa de 1592-1598, assim como todos os outros palácios de Seul. Changdeokgung foi reconstruído logo depois, no início do séc. XVII, e passou a ser o palácio principal da família real. Em 1997, foi incluído na lista do patrimônio mundial da UNESCO, que destacou seu excelente estado de preservação, sua notável disposição espacial e sua relação harmoniosa com o ambiente natural do entorno.





O frio era intenso, a ponto de muitos lagos já estarem com a superfície congelada.

Mas as cores das folhas não deixavam esquecer que ainda estávamos no outono.



Um pouco antes de começar a visita guiada, conheci o Rob Powell, um canadense que estava trabalhando na Coréia. Ele é geólogo ou oceanógrafo, não me lembro bem, e trabalha em plataformas off-shore. Estava com uma viagem prevista para o Brasil este ano, acho que a serviço de uma fornecedora da Petrobras. Depois de visitar o palácio, decidimos almoçar juntos. Aceitei a sugestão de pedirmos carne, o que fez com que aquela se tornasse uma das refeições mais caras de toda a minha viagem. Durante o almoço, conversamos também com umas americanas de meia-idade que estavam sentadas na mesa ao lado. Acho que era restaurante pra estrangeiros mesmo...
Insadonggil, famosa rua-calçadão.
Barraca de lembrancinhas.
Continuamos descendo essa rua em direção ao sul. Se não me engano, esse é o parque Tapgol.
Mais adiante a rua muda de nome e passa a se chamar Samillo. Esse riozinho era a única marca visual que eu tinha de Seul antes de ir para lá. A recuperação dessa área valeu uma menção numa revista sobre Sustentabilidade que eu tinha lido antes de sair do Brasil (veja referências no próximo relato). Na foto não dá para ver direito, mas nas duas margens há uma pista para pedestres e ciclistas, além de pontezinhas e passagens de pedra de uma margem para a outra, criando um espaço de lazer.
Avenida congestionada.
Este era o meu destino final do dia:
a Torre de Seul, no parque Namsan.




A 18.000 km de casa!

Por volta das 16h eu desci para pegar o ônibus de volta para o aeroporto, em frente a um dos prédios que aparecem lá embaixo, o hotel Sejong.