quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Atravessar a rua

Além dos carros trafegarem na mão inglesa, o que me dá a sensação de estar vivendo dentro de um espelho, o trânsito é confuso, buzinam sem parar, há poucos semáforos e os pedestres são os últimos na cadeia de prioridades.

Hoje saí de casa sozinho pela primeira vez, mas foram apenas algumas horas, para me acostumar aos poucos. Atravessar a rua foi uma das minhas maiores dificuldades por enquanto. A minha primeira travessia levou cerca de cinco minutos, entre a preparação psicológica e o ato de me aventurar no meio do trânsito. Tentei olhar mais longe, pra ver se não tinha algum lugar mais seguro para atravessar, mas não encontrei. Também procurei algum grupo maior de pessoas para entrar no rebanho, mas também não. Acabei observando como um ou outro fazia e tentei imitá-los. A avenida tinha três faixas em cada sentido. Consegui atravessar as três primeiras quase de uma vez só, mas depois fiquei literalmente no meio da avenida, que não tinha canteiro central. Nesse momento achei que seria prensado entre um taxi e uma lambreta que se aproximavam em sentidos opostos, mas ou eu emagreci ou eles têm uma noção espacial muito melhor do que a minha.

Depois de cerca de um minuto fazendo papel de divisória, surgiu uma brecha do outro lado e consegui alcançar a calçada que me levaria à estação de trem, a próxima aventura...

O vídeo abaixo mostra pessoas atravessando em uma outra esquina, infelizmente muito menos emocionante do que o lugar que descrevi acima. Mas dá pra ter uma idéia. Não se esqueçam de ligar o som.

(320 x 240 pixels - 15 MB - 20")

Um comentário:

Unknown disse...

Pelos seus comentários, parece que ainda não chegamos ao fundo do poço.
Depois fale mais um pouco sobre o que você chamou de choque psico-social. O que realmente você viu de tão alarmante?