sábado, 29 de setembro de 2007

Ganesh Chaturthi

De 15 a 25 de setembro ocorreu um festival hindu chamado Ganesh Chaturthi, ou simplesmente Ganpati. Esse festival é celebrado em toda a Índia, mas com mais intensidade em Maharashtra, o estado em que estou.

Ganesh, Lord Ganesha, Ganpati ou Ganapati são alguns dos vários nomes de um deus hindu, que tem cabeça de elefante e usa um ratinho como meio de transporte.

Durante esse período de 11 dias, algumas famílias montam um "altar" para Ganesh em suas casas, conforme suas condições financeiras.

Altar montado na casa da Monisha, amiga da Helena
Altar dos empregados do condomínio da Helena
Todos os dias, uma ou duas vezes por dia, há uma sessão de cantos e homenagens a Ganesh.

Quem monta um pequeno templo desses em casa recebe a visita de amigos, parentes e conhecidos. Geralmente, recebem e distribuem comidas e guloseimas aos visitantes, além de fazerem oferendas ao deus. Por isso, nem sempre as pessoas mais simples têm dinheiro para manter o altar montado durante todo o período, o que faz com que haja cortejos pelas ruas todos os dias.

É que no dia definido para encerramento das homenagens, a imagem de Ganesh é retirada da casa e levada para algum lugar com água, onde será finalmente imersa, num ritual que lembra o de Iemanjá. Em Mumbai, geralmente as imagens são levadas até o mar, principalmente nas praias de Chowpatty e Juhu. Mas também podem ser usados lagos, tanques e rios.

O caminho entre a casa e o mar geralmente é muito alegre, festejado tanto pelos que acompanham o cortejo, como pelas pessoas que estão na rua.

Imagens de um dos cortejos que encontrei
pelas ruas durante os dias do festival.
Apesar da beleza e da alegria, é difícil não
ficar incomodado com o estado de inanição
dos bovinos que puxam o "carro alegórico".
O altar de Ganpati na casa da Monisha era lindo, a comida maravilhosa, mas o nosso cortejo foi meio sem graça para o meu gosto. Alugaram um caminhão, com uns seis homens para ajudar a carregar a imagem, e partimos da casa dela até a praia em um comboio com mais uns 4 carros.
Paramos diretamente sobre a areia da praia.
Lá a imagem foi deixada no caminhão, cantamos mais uma vez, fizemos um pedido no ouvido de Ganesh e depois a imagem foi levada para o mar pelos ajudantes.
Eles recebem um valor simbólico pelo trabalho, que provavelmente não compensa os riscos de entrar nas águas poluídas da baía de Mumbai.
Os Ganpatis mais ecologicamente corretos são feitos de uma argila que se desintegra rapidamente e é trazida de volta. Em seguida, ela é guardada em um pote na casa das pessoas. Mas muitos Ganpatis são feitos de outros materiais e poluem as águas e as margens nos dias que se seguem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nâo entendi bem essa história dos bovinos.Eles não são sagrados aí na Índia, ou tal afirmação somente é válida para alguma região específica? Acho que não vale a pena ser sagrada e passar fome e não servir de alimento para ninguém!
Aliás eu estava estranhando que você ainda não havia mostrado nenhuma foto de vaca, que segundo dizem, ficam soltas nas ruas e todo mundo tem que respeitá-las, inclusive o trãnsito é muito prejudicado por elas não saírem do leito carroçável.
Aí, onde você está, isso não ocorre?