domingo, 21 de outubro de 2007

Rishikesh (com fotos)

Passei dois dias em Rishikesh, considerada por muitos a capital mundial da yoga. Fica situada no início da cordilheira do Himalaia, embora a altitude ali ainda não passe dos 400 m. É também uma cidade sagrada para os hindus, às margens do rio Ganges.

Como na maioria das cidades de peregrinação hindu, os restaurantes só vendem comida vegetariana e as vacas perambulam pelas ruas. Fiquei hospedado em um ashram, misto de templo, local de acolhimento de peregrinos e centro de meditação, chamado Parmarth Niketan.
Fiz diferentes cursos de yoga durante o dia
e assisti a um aarti (cerimônia de louvor) às margens do Ganges no final da tarde. À noite, participei de uma conversa com o guru do ashram.
Todos os cursos e eventos, assim como todas as refeições e a hospedagem são oferecidos de forma semi-gratuita, com base em um valor sugerido como doação.
A paisagem é muito bonita e, até onde isso é possível na Índia, o vilarejo é relativamente tranqüilo, quando comparado às cidades maiores.
Entretanto, nunca é possível escapar totalmente das buzinas e de todo tipo de assédio humano.
No Ashram conheci um estadunidense super gente boa, chamado Trevor. Logo no primeiro dia ele me explicou como as coisas funcionavam e fizemos várias coisas juntos. Até pegamos o mesmo trem para de volta para Delhi, com outra estadunidense, Janine, que nos deu carona no táxi até a estação de trem. Nossas conversas sobre hinduísmo, yoga, a Índia e outros assuntos foram uma das partes mais interessantes da minha visita a Rishikesh.

O outro lado da moeda
Ouvi rumores de que os ashrams contam com isenções fiscais e que as doações cobradas são um desvio da sua função original de dar abrigo a peregrinos pobres. Eu paguei menos do que o valor sugerido, porque não tive água quente no quarto e não gostei das condições de higiene, mas ninguém reclamou. Com certeza, ninguém vai ficar mais rico com o valor que eu paguei. A única coisa que me preocupa é se eu ocupei o lugar de um indiano pobre, que talvez não seja aceito por não poder pagar nada.
Outros rumores dizem que alguns gurus estão envolvidos com o tráfico de drogas local e estupros de turistas ocorridos algum tempo atrás.
Os próprios Beatles, que tornaram este local mundialmente famoso (aqui compuseram muitas canções do "álbum branco"), parece que foram embora decepcionados com algumas coisas, depois de dois meses.
Se eu voltar algum dia, talvez me hospede em um hotel, por via das dúvidas.

Um comentário:

Luís disse...

Parabéns pelas fotos e pelos relatos.