domingo, 15 de abril de 2007

Planejamento (3) - Os locais

Uma vez definidas as condições, começou o processo de planejamento propriamente dito. O primeiro passo foi confirmar com os amigos que já tinham me convidado e oferecido hospedagem se seria possível mesmo eu ficar na casa deles e por quanto tempo.

O lugar que eu tinha como mais certo era a Índia, onde há muitos anos mora a Helena, minha grande amiga dos tempos de Recife. Outra possibilidade forte era a Austrália, onde mora o Bernie Smith, meu ex-aluno de português e amigo desde 1999. Em terceiro vinha o Japão, onde mora o Takaaki, japonês muito gente fina, colega dos tempos de TVT (IBM). Pensei em outras possibilidades também, como Egito (Dalia), Eslovênia (Marko) e outros países onde moram conhecidos, também da época dos TVTs. A princípio, a Europa Ocidental, onde eu tenho mais amigos e conhecidos, não era uma opção, porque eu preferia usar as poucas paradas permitidas com lugares desconhecidos. Mas no final de 2006, o Bernardo Bengtsson me visitou aqui em Campinas e me disse que seria possível me receber em Copenhague. Apesar de ser Europa, era um lugar que eu ainda não conhecia. Além disso, eu queria confrontar com a realidade a fantasia que eu venho nutrindo com relação à Escandinávia há alguns anos, em especial a Suécia, como sendo um modelo de civilização na Terra.

Ainda me sobravam dois lugares para visitar. Inicialmente pensei na África, o continente esquecido. Mas qual África? A do norte, predominantemente branca e muçulmana: Argélia, Marrocos, Tunísia? A do Sul, mais próspera? A central, mais pobre? A de fala portuguesa? Depois de conversar com alguns amigos, decidi pela África do Sul. Pensei que, se eu pudesse ir para Johannesburgo, poderia aproveitar e tentar ir de ônibus para Maputo, capital de Moçambique, para conhecer mais um país oficialmente de língua portuguesa.

Eu ainda poderia escolher mais um país. África, Ásia ou América? Optei pela China. Contaram a favor da China o fato de ser um país de destaque na mídia atualmente, a rica cultura que me agradou a partir do contato que tive com ela em Taiwan, Hong Kong e Macau (as não-Chinas) e o fato de lá estarem vários conhecidos dos tempos de TVT, além do Caio Martino, da época do Liceu Pasteur, que está trabalhando em Pequim. Como o Caio não sabia até quando ficaria lá, não era um destino certo desde o princípio.

Por uma questão de escassez de rotas para a África pelas companhias do SkyTeam e pela limitação de ziguezagues nas regras do bilhete, resolvi desistir da África e substituí-la por um país da América, já que eu havia atingido o limite de três destinos na Ásia. Novamente, qual país da América? Pensei no mais distante, pelo preço economizado: México? (EUA e Canadá não estavam na lista de candidatos nesta viagem.) Se eu pudesse escolher, iria para Cuba, mas seria difícil conseguir isso com a Delta, já que as empresas dos EUA não podem operar naquele país. Pensei então na Venezuela, onde os fortes laços entre o Hugo Chávez e o Fidel Castro devem ter facilitado os vôos ou navios entre os dois países. E eu queria conhecer a Cuba comunista. Não sei como ficará o país depois da morte do Fidel. Colômbia? Tenho muito curiosidade de conhecer Bogotá, pelas inovações que eles introduziram na área de transportes.

Finalmente, depois de várias ligações à Delta, ficou decidido o roteiro: São Paulo > Copenhague > Mumbai > Pequim > Tóquio > Sydney > Caracas > São Paulo

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