Um deles é o excesso de carros nas ruas. Apesar de não causarem tanta poluição sonora e atmosférica como nas grandes cidades brasileiras, a supremacia dos carros acaba dificultando a circulação de pedestres e outros veículos. Muitas situações me lembraram as cidades brasileiras, com esquinas de raios muito grandes, que facilitam a curva para os carros e dificultam a travessia para os pedestres, carros e motos estacionados em esquinas e sobre calçadas, e aí por diante.
O segundo grande defeito é o sistema de esgoto. Esse é um bom exemplo de que só percebemos a importância de certas coisas quando damos por falta delas. Nas principais cidades brasileiras, acho que há dois sistemas de escoamento, um para águas pluviais e outro para esgoto doméstico. O sistema de drenagem pluvial é "aberto", ou seja, há bocas-de-lobo, ralos, tampas não vedadas, canaletas, etc, o que não provoca nenhum problema, já que a água da chuva é relativamente limpa. Já o sistema de esgoto deve ser vedado, sifonado, sei lá, para evitar que o cheiro de merda impregne a rua. Pois então, parece que aqui os dois sistemas são o mesmo, e ficam abertos. Portanto, você anda em algumas ruas e de repente surge aquela catinga de Tietê. Isso quando não dá pra ver aquela água podre estagnada em alguns pontos. Eu me lembro de ter percebido o mesmo problema uma vez em Arraial do Cabo, no estado do Rio.
Em uma dessas canaletas o vento jogou o meu boné, que acabou ficando por lá mesmo...
Como sou otimista, quero crer que esse sistema foi projetado apenas para canalizar a água da chuva e que a presença de esgoto se deve a conexões clandestinas, espúreas.Aliás, bem que os dois problemas poderiam ser resolvidos ao mesmo tempo, né? Que tal uma calçadinha aqui?
Só faltou tirar as floreiras do meio do caminho, caramba...

2 comentários:
Carlos,
Seja otimista: imagina a tua cabeça ali, no lugar do boné. Ainda bem que você não tropeçou :-DDD
Acho que quando se faz uma viagem como você está fazendo, deve-se procurar ver tudo o que é possível e julgar da melhor forma possível.
Entretanto, sempre tive como princípio, nas viagens e/ou mudanças, esquecer das coisas boas do meu local de origem e somente dar importância às coisas boas dos novos locais.
Será que essas canaletas são piores, que o nosso Rio Tietê, que o lago do Ibirapuera que acolhe os dejetos e esgoto do córrego do Sapateiro, o que falar então dos rios Beberibe e Capiberibe, que cruzam a cidade do Recife (recífilis, a venérea brasileira, capital dos pernambucocos), que segundo os pernambucanos são essses rios que quando se unem, formam o Oceano Atlântico. E as condições de higiene e saneamento básico das periferias das grandes cidades, das favelas, das palafitas, do interior do nosso norte e do nosso nordeste.
Acho que devemos ver os problemas dos outros, para evitar que a mesma coisa ocorra conosco, mas sem esquecer de olhar, de vez em quando para o nosso próprio umbigo.
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