sábado, 10 de novembro de 2007

Málaca / Malaca / Melaka

Eu me lembrava do nome Málaca (cidade e estreito de Málaca) das aulas de História no colégio, por isso fiquei intrigado quando aquela bibliotecônoma de Goa pronunciou Malaca. A minha inquietação não se desfez até eu pesquisar na Wikipédia e encontrar as duas grafias, sendo que a proparoxítona é exclusiva do Brasil. Não consegui entender de onde surgiu essa disparidade, mas para todos os efeitos vou usar a grafia brasileira. No idioma malaio, escreve-se Melaka.

O nome da cidade surgiu a partir do nome de uma árvore, e foi dado por um sultão no século XIV. Antes disso, havia sido domínio de chineses, mas não passava de uma vila de pescadores e pequeno porto para reabastecimento de embarcações. Em 1511, visando a controlar as rotas de especiarias que passavam pelo estreito de Málaca, os portugueses estabeleceram-se na cidade, liderados por Afonso de Albuquerque. Em 1641, foram expulsos pelos holandeses, que dominaram a região até 1824, quando finalmente a trocaram com os ingleses por grande parte da Indonésia.

Subida do monte São Paulo
Igreja de São Paulo, construída inicialmente por Duarte Coelho em 1521 como Nossa Senhora do Monte, depois Nossa Senhora da Anunciação. Renomeada pelos holandeses no século XVII. A estátua que vocês vêem é de São Francisco Xavier, aquele cujos restos mortais estão enterrados na Basílica do Bom Jesus, em Goa. Pois é, depois da sua morte em Macau, o corpo dele ficou enterrado alguns meses nesta igreja antes de ser trasladado para Goa. Ele viajou toda a Ásia no século XVI, inclusive o Japão, e por isso ficou conhecido como "Apóstolo do Oriente".
Vista das partes novas da cidade a partir do monte São Paulo. Toda essa área foi formada por aterros. Anteriormente, o mar chegava perto do sopé do monte.
Réplica do palácio do sultanato do século XV.
Trishaws, muito bregas.
Porta de Santiago, a única que sobrou
da antiga Fortaleza Famosa
Lagarto pra turista tirar foto.
Stadthuys - herança da colonização holandesa.
Igreja protestante construída pelos holandeses.
Região às margens do rio Málaca,
que está sendo recuperada e "turistificada".
Jonkers' Walk, rua de Chinatown que está
sendo "pedestrianizada" e "turistificada".
Assentamento português. Na verdade, uma grande praça-estacionamento com algumas lojas e restaurantes em volta. Esse bairro é o último remanescente dos antigos descendentes de portugueses, que ainda falam um crioulo do português conhecido como "cristão" (Kristang). Embora eu tenha almoçado no Restoran de Lisbon, não consegui ouvir ninguém falando, porque no horário que fui lá estava tudo meio vazio.
Algumas casas mantêm certas tradições.
Uma das ruas principais leva
o nome de um tataravô nosso!
Kampung morten - vilarejo malaio.
Casa típica malaia.
Interior da Villa Sentosa,
uma das casas típicas abertas para visitação.
Templo hindu no vilarejo chetti
(antigos imigrantes de origem indiana).

Para quebrar aquela regra que eu escrevi sobre etnias = religiões, ao pegar o ônibus do albergue para a rodoviária, conheci uma senhora de ascendência chinesa que era católica. Depois, entre a rodoviária e a cidade de Tampin, onde eu fui pegar o trem para Cingapura, conheci um cara de ascendência indiana que era protestante: Sam (em homenagem ao avô, que se chamava Samuel).

2 comentários:

Anônimo disse...

Quem diria que o meu bisavô andou por aí!
Só que quando chegou ao Brasil ele acrescentou mais um "i" ao nome, talvez algum guru disse a ele que daria sorte.

Anônimo disse...

Carlão,
A foto da subida do morro São Paulo ficou bem bonita. Dá para você enviar para a National Geographic.