terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Pequim de bicicleta

Depois de vários dias procurando um lugar para alugar uma bicicleta, consegui. A foto abaixo vai entrar para a minha galeria!
Nos últimos anos, o número de ciclistas diminuiu drasticamente em Pequim, ao mesmo tempo em que o número de motoristas vem aumentando exponencialmente. Mesmo assim, há infra-estrutura para ciclistas em todos os lugares, seja na forma de ciclovias, ciclofaixas, rampas de acesso a estações, bicicletários, etc.

Bicicletas estacionadas em frente a uma escola técnica,
atrás do primeiro prédio em que fiquei hospedado.
Bicicletário junto a uma estação de metrô.
Rampas ao lado das escadas das passarelas,
para facilitar o transporte das bicicletas.
Ciclofaixa junto à marginal de uma importante
avenida-rodovia (saída leste da cidade).
Estação de aluguel de bicicletas públicas. É um serviço que ainda está em fase experimental, com poucas estações e poucos veículos disponíveis por enquanto.
É impressionante a quantidade de bicicletas e lambretas elétricas em Pequim, como a da foto abaixo ou deste site aqui.
Não sei exatamente qual é a tecnologia utilizada, mas o site acima menciona dois tipos de bateria. Fiquei pensando como seria interessante utilizar a energia de frenagem, como nos carros híbridos, ou a energia excedente a partir de determinada velocidade para recarregar a bateria, o que faria com que esses veículos se tornassem bastante sustentáveis. De qualquer maneira, percebi que algumas pessoas pedalavam as bicicletas elétricas, não sei se porque a bateria tinha acabado ou apenas para poupá-la.

Segundo as poucas informações que consegui obter, as baterias dessas bicicletas têm autonomia de cerca de 70km e são recarregadas em tomadas comuns.

Perguntei para a minha amiga de Xangai o que ela achava sobre as bicicletas em geral, tentando não induzir uma resposta. Ela respondeu mais ou menos o seguinte: "A gente não precisa mais andar de bicicleta. Pelo menos não para ir trabalhar todos os dias, não como transporte. Talvez só para lazer (risos)... a maioria das pessoas agora usa a bicicleta na academia."

Ela se lembra da época em que não havia metrô em Xangai (há cerca de dez anos), nem táxis (vinte anos) e todo mundo tinha que andar de ônibus lotados ou bicicletas. Ela prefere hoje, com todas essas opções mais os carros.

Quanto às bicicletas elétricas, ela disse que até conhece gente que gosta, mas ela tem preguiça de subir com a bateria pra casa todo dia pra carregar. Ela mora a 30 min a pé de uma estação de metrô (talvez 8 min de bicicleta), mas vai de carro com o marido ou de táxi, nunca de bicicleta.

Essa explosão relativamente recente do número de veículos particulares nas ruas trouxe diversos problemas para as grandes cidades, além dos mais conhecidos, como congestionamentos e poluição. Pelo que me informaram, a lei diz o de sempre: prioridade para pedestres, ciclistas, depois carros, etc. Mas a sinalização é um pouco confusa e os semáforos às vezes abrem para pedestres e/ou ciclistas e/ou motoristas ao mesmo tempo. Os carros deveriam esperar os ciclistas, que deveriam esperar os pedestres, mas como o volume de gente é muito grande, tudo acaba ficando confuso, os carros vão avançando, os pedestres se assustam; não acho que seja o ideal para ninguém.

Talvez por causa disso, vi um acidente entre um carro e uma bicicleta logo nos meus primeiros dias, mas em um cruzamento secundário. Como todos dirigem com cuidado e devagar, as conseqüências foram mínimas. Mas por outro lado isso mostra que as coisas não estão funcionando bem. Eu senti que a China está em uma fase de transição no trânsito. Acho que dentro de alguns anos eles terão que tomar algumas decisões, provavelmente mudando o funcionamento dos semáforos e aplicando a lei com mais rigor nos casos de desrespeito.

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