terça-feira, 24 de julho de 2007

Visto para o Japão (possibilidades)

Depois de sair do consulado japonês, fiquei questionando as minhas escolhas profissionais e a minha situação financeira. Será que estou fazendo alguma coisa errada; será que eu deveria ter mais dinheiro; será que deveria arrumar um emprego? Fiquei me sentindo a escória da humanidade, quase como quando fui impedido de entrar no Canadá.

Depois de algum tempo, esse sentimento se transformou em revolta contra um sistema que julga as pessoas exclusivamente pelo que elas têm. Se eu fui considerado "pobre", ou dizendo de maneira mais bonita, se a minha condição financeira foi considerada incompatível com uma viagem ao Japão, imagine que chance terá a grande maioria da população.

Depois da revolta contra o sistema, veio a revolta contra o Japão em particular. Nessa fase, comecei a pensar que não queria mais ir para um país que não quisesse me receber. Afinal, o que o Japão tem de tão melhor do que a Coréia, por exemplo, que nem visto exige? Por que não aproveitar essa "deixa" para conhecer a Tailândia ou algum dos países que o Gabriel pretende visitar (Laos, Camboja, Vietnã)?

Mas a irritação durou alguns dias, principalmente quando eu lembrava que tinha planejado a viagem durante vários anos e, agora, provavelmente teria de tirar do roteiro o Japão (e provavelmente a Austrália, que faz exigências muito semelhantes).

Esta semana retomei um certo otimismo. O meu pedido de visto para a Austrália está sendo analisado e, se der certo, só vai ficar faltando resolver o problema do Japão. Pensando pelo lado positivo, foi até melhor que o meu visto tenha sido pré-recusado. Se eu tivesse recebido a negativa depois de ter formalizado o pedido de visto, isso ficaria registrado no meu histórico e seria muito mais difícil conseguir outro visto no futuro. Da forma como foi, sei exatamente o que ficou faltando e o que eu preciso fazer para melhorar as minhas chances.

O meu plano agora é o seguinte. Vou tentar o visto no consulado japonês de Mumbai assim que eu chegar na Índia. Se eles não aceitarem nem que eu entre com o pedido, por não ser residente na Índia, envio o meu passaporte para os meus pais pelo correio e dou entrada no consulado de São Paulo, como se eu estivesse aqui, já que eles aceitam que algum membro da família dê entrada pelo requerente. Só que antes disso eu tenho que imprimir alguns contratos de trabalho e conseguir "mais comprovantes de renda".

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