sábado, 13 de outubro de 2007

Goa - Calangute e Candolim

O segundo dia de praia foi sem grandes surpresas. Depois de uma noite muito bem dormida, tomei o meu café da manhã e segui em direção à praia, caminhando para o sul. O meu primeiro destino era Calangute, a praia mais badalada de Goa. Ao me aproximar do local onde estavam aglomerados os banhistas, comecou o inferno dos exploradores de turistas. "Excuse me, Sir" "Where are you from?" "Can you have a look please" "Taxi?" "Bike?" Resolvi caminhar em direção à rua principal, mas me vi no meio de um corredor polonês de lojinhas, com vendedores cada vez mais chatos. Decidi ignorá-los completamente, mas era impossível. Então desisti de conhecer o resto de Calangute.

Voltei para a praia, onde continuei caminhando. Pedi para umas moças olharem as minhas coisas, enquanto eu tomava o meu primeiro banho no Oceano Índico. Foi ótimo para refrescar. Depois conversei um pouco com elas, eram suecas, e trocamos impressões sobre a Índia. Agora estou começando a formar uma opinião mais sólida sobre o país, mas isso será assunto de outro relato.

Continuei a minha caminhada por uma longa praia deserta, cuja areia infelizmente estava imunda de plásticos, vidros e todo tipo de lixo. Vi uma coisa ao longe na areia que me pareceu um tubarão. Ao chegar perto, vi que era um golfinho, enorme, porém morto e metade comido. Dava pena. Morreu com a língua de fora, como que sufocado.

O grande marco da praia de Candolim é um petroleiro naufragado, chamado River Princess. De longe dá pra ver que já tem um monte de gente morando lá dentro, então a minha idéia de nadar até lá foi abandonada.

Um pouco mais à frente fica a praia de Siquerim (parece até que um mineirim andou pondo nome nas coisas aqui) e a parte baixa do Forte da Aguada. Dentro dos muros do forte fica um enorme hotel. Do lado de fora, placas ressaltam a importância histórica do local e a proibição de construções numa faixa envoltória de 100 m. Nada que uma propina não resolva aqui na Índia.

Em seguida tentei chegar na parte alta do forte por uma trilha, mas não deu certo porque o mato estava muito alto. Voltei e tive a péssima idéia de ir andando pela estrada normal. Péssima porque não tinha nada de interessante no caminho, só o calor escaldante do sol e do asfalto. Surpreendentemente, também não consegui um táxi, talvez como castigo por eu ter recusado tantos nos dias anteriores.

Mas o forte valeu a pena. Além da construção em si, a vista lá de cima também é muito bonita. Ao lado tem um farol, e tive a sorte de chegar no período de 90 minutos em que ele abre por dia. Embaixo tinha uma placa dizendo que era proibido tirar fotografia. Achei estranho, mas até chegar lá em cima eu já tinha esquecido, talvez pelo medo da altura. Ao tirar a câmera, o cara que me acompanhou disse "Não pode tirar foto... " e numa fração de segundo depois, "mas tudo bem"...

Desci tudo a pé de novo e peguei três ônibus de volta pra casa. Chegando lá, tava todo mundo na piscina (o Reyaz e a família de amigos). Mais tarde fomos jantar no Mandovi, o único grande hotel remanescente do período português.

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